Pregação do Sermão de Santo António

No âmbito da disciplina de Português, no dia 6 de novembro, os alunos de 11.º ano dos Cursos Científico-Humanísticos e do Curso Técnico de Restaurante e Bar assistiram ao espetáculo “Payassu – O Verbo do Pai Grande”, uma pregação do Sermão de Santo António [aos Peixes], de Padre António Vieira.
O espetáculo, uma adaptação de um dos mais famosos textos da oratória sagrada portuguesa, esteve a cargo do TFA – Teatro de Formas Animadas de Vila do Conde e do ator Marcelo Lafontana e incluiu dois momentos: apresentação da versão teatral do sermão e diálogo com os espectadores, numa oportunidade para aprofundar conhecimentos sobre a peça e sobre Padre António Vieira.
Vestido a rigor e elevado através de um par de andas, Marcelo Lafontana assumiu o papel de pregador, conseguindo envolver o auditório e despertar não só sorrisos, mas também a reflexão dos presentes quanto à atualidade da mensagem do texto.
Tanto o espaço onde decorreu a encenação – a Igreja Paroquial do Mosteiro de Santa Maria de Arouca - como os adereços utilizados colocaram o pregador no púlpito, conferindo às suas palavras a autoridade necessária para envolver os jovens. Para tal, foram também eficazes os momentos de interação com o público, bem como as oscilações no tom de voz que permitiram destacar a intensidade das emoções do pregador não deixando ninguém indiferente.
Os alunos estão de parabéns pela postura que demonstraram durante o espetáculo.
Esta atividade constituiu, sem dúvida, uma mais-valia para a qualidade das aprendizagens sobre um tópico importante lecionado na disciplina de Português do 11.º ano de escolaridade, contribuindo para a compreensão da ação religiosa, política e social deste nosso grande escritor-pregador seiscentista.
Convidados a refletir criticamente sobre a representação teatral, os alunos apreciaram esta experiência:
“Na minha opinião, o espetáculo “Payassu – o verbo do Pai Grande” foi excelente por diversos motivos. Um dos aspetos que eu achei muito positivo na atuação de Marcelo Lafontana foi a sua interação com o público. Ao dirigir-se aos espetadores, o ator permitiu uma maior imersão no espetáculo, dando-lhe mesmo uma faceta mais cómica e descontraída.”
“Outro aspeto importante no espetáculo foi o paralelismo com a realidade atual, como por exemplo, quando Marcelo Lafontana comparou as guerras na Ucrânia e em Israel com a Nau Vingança referida no Sermão, reforçando a ideia da atualidade crítica do Sermão de Santo António [aos peixes].”
“O cenário em que o sermão foi pregado conferiu mais dinâmica ao espetáculo, permitindo aos ouvintes observar figuras bíblicas que eram citadas no Sermão, como Maria (Domina maris) e Santo António.”
“O ator que representou Vieira, ao pregar o Sermão, cumpriu todos os objetivos da eloquência (Docere, Movere, Delectare), interagindo com o público, usando apóstrofes para se dirigir aos “peixes” (nós), interrogações retóricas e argumentos de autoridade.”
“Na minha opinião, o espetáculo foi bom e enriquecedor, porque representa bem o Sermão que estamos a estudar nas aulas, principalmente, no que diz respeito à estrutura argumentativa, ao jogo alegórico e à utilização da ironia.“
“A meu ver, esta experiência só trouxe benefícios para todos os alunos. A atuação de Marcelo Lafontana fizeram com que os alunos se mantivessem interessados durante todo o espetáculo. A utilização do figurino correto tornou a experiência ainda mais realista.”